domingo, 26 de outubro de 2014

A importância do Museu do Barbeiro e do Cabeleireiro


Foi relevante nunca ter esquecido as minhas origens, justificando ao longo da vida, o culto das coisas e o próprio milagre de as entender como minhas, aconchegadas, e nunca subvertidas ás aparências ou comparando-as em fantasia com o emigrante que regressado á sua aldeia, só depois de ter levado com o foicinho no nariz, é que percebeu que as suas origens estavam ali !
É nesse principio original das raízes e o sentido da temporalidade, que regredi à década de 50, com o meu cantado Repórter Mabor, já na imprensa e construído na fidelidade social de onde vim, onde estou e para onde vou sem saber.O que torna este caminhar seguro, respeitador da vida e sobretudo nele se encontra a paz de espírito, porque não vamos á missa com o fato emprestado, como dizia o meu saudoso amigo Emídio dos Santos.
Como profissional numa vida de 74 anos sou um grande admirador do Museu do Barbeiro e Cabeleireiro, um projecto excelente do meu colega Joaquim Pinto, no Centro Comercial, Apolo 70 em Lisboa, com o qual tenho o prazer de colaborar com os meus trabalhos na Vila de São Pedro.
Um dia destes, o Museu, mostrou uma mala de barbeiro que se usava nas décadas de 50/60, ou antes. Olheia-a com tanto carinho, meditei e disse para mim: eu sei quem és, já te adornei com as minhas ferramentas na minha juventude na Barca, Casal Novo do Rio, Montemor, e disse para os meus botões: aquela mala é minha, pertence-me, eu conheço-a e que interessante foi ao mostrá-la no meu blogue, sentindo-a como minha e agora dono dela.È este sentimento profundo que nos torna fortes, transparentes e humildes, senhores da vida e da razão, pelo menos a minha, que diacho...

Era igualzinha aquela que me acompanhou pelas casas dos meus conterrâneos, alguns doentes e envelhecidos.Porém, viver sem o Repórter Mabor e a mala de barbeiro, é o mesmo que sangrar-me o que de mais belo tenho, a minha raiz social, as almas das gentes que são minhas também.

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